Quebrando tudo em uma cidade feita para se destruir
Começar do zero e criar um novo jogo. Essa foi a ousada promessa feita – e cumprida –, pela Criterion, produtora da bem sucedida série Burnout, ao anunciar o quinto título da franquia.
Bem Vindo a Paradise City
Das várias mudanças apresentadas em Burnout Paradise, a melhor, e mais importante, sem dúvida, é a que da o nome ao jogo. Paradise é uma cidade de proporções gigantescas, composta por cinco bairros completamente exploráveis desde o primeiro minuto de jogo. Apesar da liberdade inicial, nem todos os eventos estão disponíveis desde o começo. Mas isso não chega a ser um problema. Na verdade, é até algo muito bom, já que esse é o momento de vagar pelas ruas da cidade, decorar caminhos e, principalmente, conhecer os segredos escondidos nos becos e montanhas da metrópole. Ao todo são mais de 500 desafios extras espalhados pelo mapa como: 400 smashs – grades espalhadas nas ruas que escondem atalhos e áreas –, 120 billboards – painéis enormes com o logo do jogo que você precisa passar no meio com o seu carro – e 50 Jumps – saltos em lugares específicos que liberam animações animação especiais.
Com tanta coisa para fazer entre os cruzamentos desta cidade é comum acabar se esquecendo de entrar nos eventos principais e só ficar circulando e causando destruição pelo mapa.
Sem o charme de antes
Mas não é só de objetivos secundários que Burnout Paradise é feito e a lista de objetos principais é longa. Para encontrá-los, você precisa seguir até os pontos coloridos e pressionar as alavancas. Cada cor que aparece no mapa corresponde a um tipo de evento que vai desde os tradicionais Road Rage (vermelho), Race (azul); aos novos modos Stunt Man (verde), Burning Route (laranja) e o Marked Man (amarelo).
Road Rage continua sendo o modo onde você precisa jogar os inimigos contra os obstáculos, causando batidas espetaculares. Já o Race sofreu algumas mudanças graça a nova estrutura do jogo. Ao entrar nesse modo a corrida pode ser contra um ou oito oponentes. Até ai tudo bem. O que muda mesmo é o percurso. Agora uma animação indica o ponto de partida e o ponto de chegada do jogo, o resto é com você. Escolha a rota que preferir, use atalhos, tudo é completamente livre. As novas modalidades são uma mais maluca que a outra. Stunt Man é disparada a mais divertida. O computador dá um tempo e uma meta em pontos, você precisa correr pelas ruas fazendo o maior número de manobras usando o turbo. Vale tudo: pulos, quebrar grades e fazer drift – cada um com um valor e agrupadas por combos. Bateu a meta, acumula uma nova vitória. Burning Route é uma corrida contra o tempo, cada rua possui um “Record” e seu objetivo é superá-lo. Marked Man parece muito com uma corrida. Um ponto de partida e chegada é estabelecido e você precisa apenas chegar lá vivo. Acontece que outros veículos aparecem o tempo todo, loucos para arrebentar o seu carro, cabe a você se desvencilhar e chegar inteiro.
Outra mudança foi a extinção do modo Crash. Essa modalidade sofreu uma enorme reformulação e agora passou a chamar Showtime. Aqui, você pode começar uma catástrofe em qualquer esquina com o seu carro capotando. Daí em diante, é só mirar nos demais vepiculos e sair levanto tudo em uma onda de destruição. Nesse modo sua barra de turbo é transformada em um combustível para fazer seu carro literalmente pular pelas ruas em busca de alvos.
Em meio a tantos desafios e um mapa gigante, criou-se um problema que os produtores não deveriam ter deixado passar. Não é possível reiniciar as provas. Ou seja, se você errou, precisa voltar até o ponto do início da prova e fazer tudo novamente.
Tão perto da perfeição
Comentar sobre os gráficos hoje em dia é chover no molhado. Em Burnout Paradise não é diferente, tudo é extremamente bonito. As texturas dos carros e pistas são incríveis, os detalhes de cenários não ficam atrás e o sistema de deformação é incrível. Em algumas batidas, o carro parece uma folha de papel tamanha destruição.
O acabamento da cidade é acima da média. e ver um bug é raro, ao contrário das versões anteriores.
Infelizmente, o jogo são não alcança a nota máxima por leves deslizes. Tiraram o modo Traffic Attack – aquele onde era possível bater na traseira dos adversários e transformá-los em uma espécie de mísseis –, e o modo Crash. O modo Showtime proporciona o nível de destruição, mas falta estratégia. E para completar os esquecimentos, não é mais possível explodir seu carro depois de um takedown, outro elemento bacana. Mesmo com isso, Burnout está acima da média e mostra que é possível renovar uma franquia.